Técnicas de condução
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Técnicas de condução
Vale a pena ler até ao fim
Pinheiros :
Os pinheiros são um elemento natural com o qual os motociclistas se deparam por vezes de modo inesperado. De facto e falando com conhecimento de causa existe uma técnica muito simples de os evitar; quando por algum motivo existir um pinheiro no vosso caminho ao invés de se preocuparem em desviar-se dele apontem directamente para o mesmo; se por acaso esta técnica não resultar e vos for dada uma segunda oportunidade então o problema será provavelmente da mota.
Eucaliptos :
A técnica é similar á dos pinheiros com a agravante que nos eucaliptos de idade adulta geralmente não se tem segunda oportunidade.
Pedras :
Muitas vezes nos trilhos que todos percorremos nos nossos passeios de mota encontrámos pisos com diferentes variedades de pedras; ora são pedras soltas, pedras presas no chão , calhaus, rochas, bezegol, mármore, pedras escondidas, lajes com musgo, com degraus, redondas, bicudas, a subir a descer etc.; em suma estão lá para nos dificultar a vida e a forma como as devemos encarar varia com a forma das mesmas e com as nossas aptidões e conhecimento do terreno. Sendo assim e cientes que a maioria das motas de enduro dos nossos dias são submetidas aos mais duros testes e que dificilmente qualquer deste tipo de pedras possa ser de facto um obstáculo o que devemos fazer é tentar passá-las com o máximo de velocidade possível; e isto porquê?
Porque segundo as leis da física e da gravidade e essas merdas todas, quanto maior for a velocidade maior será a distância a que seremos catapultados e como geralmente as pedras estão em caminhos ladeados por campos ou solos mais arenosos mais vale aterrar num campo de batatas que nas ditas pedras; atenção que isto não se aplica em estradas ladeadas por grandes declives a não ser que andem de parapente.
Tenham também cuidado com um tipo de pedras que eu não referi mas que são muito perigosas; as lápides. É que se encontrarem estas pedras tenham atenção a dois factores:
O primeiro é que provavelmente estão a andar dentro de um cemitério e o segundo é que as lápides estão geralmente colocadas na vertical.
Animais :
Os animais são nossos amigos. Pelo menos é o que se diz. Eu embora não tenha razão de queixa, já conheci algumas vacas nos meus passeios ( e fora deles também ), a verdade é que também não fiz nenhuma amizade por aí além. Mas pelo sim e pelo não mais vale não entrarmos em confronto directo com este tipo de animais, especialmente os de grande porte. Por isso se avistarem alguma manada destes animais, abrandem e procedam aos rituais normalmente utilizados na via pública; sinalizem com a mão se vão efectuar uma ultrapassagem ao dito animal e façam-na de forma calma e ordeira , ou imobilizem a mota e liguem os 4 piscas aguardando também pacientemente que os animais parem e nos deixem passar ou escolham o seu caminho; nunca se sabe se no meio destes bois não estará um agente da autoridade á paisana.
Existem outros animais menos perigosos e que nos podem ensinar grandes técnicas de condução; por exemplo os coelhos que têm uma grande técnica de derrapagem; ou que podem ser preciosos aliados numa situação mais aflitiva no meio do monte como as ovelhas e os canixes brancos.
Trajectórias e posição de condução :
A posição de condução é essencial na nossa performance e bem estar na mota.
A posição ideal não existe; isto é, a sua forma cientifica; é por isso que para a encontrarmos devemos ter bem assente o seguinte : o nosso posicionamento na moto deve ter em conta estes factores : conforto, bom compromisso entre condução sentada e de pé. Li algures que um piloto profissional de renome mundial, disse que a forma de encontrarmos a melhor posição na moto era sentado na mesma de olhos fechados visualizar os mais diversos obstáculos e situações possíveis de encontrar-mos em treino ou em prova. De facto é uma boa dica desde que respeitem algumas regras; a primeira é terem a mota num cavalete resistente se não caem e a segunda é não visualizarem provas como as maratonas africanas se não demoram muito tempo a afinar o volante. Outra dica que me foi revelada por fontes seguras ,como é óbvio, é experimentarem andar um dia com um volante daqueles tipo crucifixo, que têm mais largura que a mota tem de comprimento; depois disso garanto-vos que qualquer posição é boa.
As trajectórias estão associadas á posição de condução pelo simples facto de que se não estamos bem na moto não podemos ter uma condução decente.
A trajectória é de forma abreviada o caminho que devemos efectuar para perder o menos tempo possível numa curva antecipando a entrada na mesma e possibilitando que a saída seja feita em aceleração. Para isso é preciso ter em conta além do terreno, a travagem o posicionamento do nosso corpo na mota, o tipo de curva e se possível qual a curva seguinte de modo a avaliarmos se a saída deve ser feita em aceleração e em que direcção. É preciso conhecer bem a mota para decidirmos qual a velocidade ideal para cada tipo de curva e definir se o nosso andamento é o de corrida ou ligação.
São portanto muitos factores a ter em conta e se pensarmos em todos eles a conduzir a moto o mais certo é comermos as fitas da especial. Por isso o treino é fundamental assim como o instinto e citando outro grande piloto o fundamental a reter aqui é o seguinte “ geralmente quando acaba uma recta existe uma curva que pode ser para a esquerda ou para a direita e que é quase sempre mais lenta que a recta .“ Peço desculpa por não dizer o nome dos pilotos mas estes pediram-me anonimato.
Saltos :
É o sonho da maior parte dos praticantes, depois dos cavalinhos só com uma mão. Eu por mim posso gabar-me de executar na perfeição o Super-man sem mota, quer dizer eu começo o salto com a mota mas depois acabo sem ela.
Mas adiante; os saltos estão intimamente ligados ao motocross e supercross, e de facto são estas as modalidades que melhor nos preparam para os mesmos. Nos enduros de hoje não há especial que não tenha um salto e em alguns deles mais técnicos vê-se bem a diferença entre os pilotos de enduro e aqueles que praticam motocross. Só que no enduro não temos hipótese de treinar o salto ( em corrida ) e por isso o treino especifico é fundamental para nos dar experiência de como devemos lidar com os saltos. Medir a distância dos saltos é um dos indicadores de como depois na especial o poderemos encarar, ou seja se temos tomates para o dar ou não; e ás vezes no caso dos enduros nem sempre a audácia é boa companheira.
Portanto se tiverem oportunidade o que devem fazer é o seguinte ; escolher um local apropriado para poderem treinar os saltos de forma gradual, ou seja de um pequeno para depois ir aumentando. Devem começar por saltos de 5cm e treinar até conseguirem andar com aqueles saltos de plataforma,
tipo “Drag queens”. Só mais um conselho; não se esqueçam que se por acaso um salto correr mal mais vale largar a mota do que tentar segurá-la para que esta não se estrague – elas nunca se magoam, somos sempre nós. Por isso e pensando bem podem realmente optar se querem trem de aterragem ou hidroplanagem .( este é portanto um conselho nulo ) (como os outros)
Trialeiras e Subidas impossiveis :
Nunca percebi verdadeiramente porque é que as trialeiras dão tanto gozo.
Dámos cabo do físico ,das motas só porque escolhemos o sitio mais estúpido para passar. Então se for um daqueles caminhos em que vemos as cabritas montanhesas a transpirar, melhor. Então que podemos fazer para melhorar a nossa abordagem a uma trialeira. Primeiro devemos ter pensamento positivo; devemos dizer para nós próprios não vamos conseguir mas tá um lindo dia. Depois devemos ser realistas; não vamos conseguir mas pelo menos o dia tá bonito. Se já tivermos alguma experiência devemos mostrar autoconfiança; assim do género de te virares para o teu colega e dizeres; ó pá tou cheio de confiança que não vou conseguir mas tá bom tempo não tá.
Nas trialeiras é essencial este á vontade; temos que olhar para a trialeira e como dizem os pescadores pegar o touro pelos cornos. Temos que visualizar a trialeira como se fosse uma autoestrada e quando virarem de costas ou ficarem atolados é porque cairam no separador. Já agora mais vale levarem via verde que quantas menos vezes pararem melhor.
Outra dica é que nem sempre é bom seres o primeiro a subir uma trialeira;
é lindo tar cá em baixo e ver uma subida cheia de cafeteiras a ferver; é a chamada hora do chá; claro que podes tentar subir em primeiro mas não vais conseguir e como vai estar um dia bonito mais vale descansares cá em baixo.
Uma palavrinha só para as subidas impossíveis – são impossíveis.
Descidas íngremes e possiveis :
As descidas acompanham um bocado a ideologia das trialeiras com a vantagem de que a lei da gravidade é muito mais permissiva e dá-nos sempre um empurrãozinho. A treta de que tudo o que sobe desce é por isso verdade e o contrário não. Portanto o que devem fazer numa descida ingreme, é escolher uma relação de caixa baixa e tentar dosear o travão da frente e de trás para que não bloqueiem. O corpo deve estar puxado para trás para fazer peso na parte posterior da mota de modo a dar espaço para no caso de queda termos espaço para impulsionarmos o nosso corpo para a frente dando um ligeiro mortal encarpado e caindo sobre ambos os pés. Parece difícil mas não é; só nunca fiz por motivos políticos mas podem consultar o site do Jackie Chen, onde ele explica detalhadamente como se faz.
Outra forma bastante eficaz de descer é a chamada técnica de separação de bens. Consiste em apontar a mota engrenada para a descida, largar a embraiagem e a mota ao mesmo tempo e depois calmamente ir ter com ela.
Quando chegares á beira da mota dá-se a comunhão de bens adquiridos.
Se por azar a descida for mesmo muito íngreme e o lançamento da mota for um bocado além do esperado pode dar-se a viuvez indesejada.
Pisos enlameados e areia :
A condução em lama parece assustar muita gente, mas é um terreno onde se vê a destreza de um piloto, e mal se aprendam alguns dos truques que vos vou dar vão ver que não há razões para receios e até vão parecer porcos numa pocilga. Primeiro de tudo não usem um equipamento novo ou lavado porque se vão sujar. Segundo tentem andar á frente dos vossos colegas e acelerem a fundo quando eles tiverem colados á vossa roda traseira. Não tenham medo de cair nas travagens, ao fim e ao cabo chegam mais depressa á curva se forem a rastejar pelo chão fora. Têm é de ser rápidos a levantar-se. O barro e a lama agarram-se á mota tornando-a mais pesada, endureçam as suspensões para ficar mais duras. Se ás vezes ficarem duras de mais amoleçam para ficar mais moles. Tentem conduzir sempre em cima da mota e virados para a roda da frente. Coloquem o corpo bem centrado mais ou menos a meio. Sempre que estiverem a conduzir de pé não se sentem e tentem olhar o mais para a frente possível para não olharem para trás.
Na areia a técnica é exactamente igual tirando algumas diferenças; a primeira é que andar na areia não tem nada a ver com andar na lama. Primeiro o travão traseiro quase não se usa, podem mesmo tirá-lo para perder peso. Ao desacelarar a própria mota trava por si própria. Devem colocar o corpo mais para trás de modo a fazer peso sobre a roda traseira, não se preocupem muito com a roda da frente; se quiserem até a podem tirar para perder peso. Se não morarem perto da praia ou de algum deserto podem treinar naqueles montes de areia que tem á beira das obras. Quando acharem que já dominam razoavelmente a mota em pisos de areia aproveitem o verão para andarem nas praias e fazerem especiais entre guarda-sóis e tachos de merenda; assim do género : guarda sol amarelo contorna pela direita, guarda sol verde pela esquerda, panela de feijão com arroz de frango, panados, cozido á portuguesa e garrafão de 5 litros, zona de abastecimento e fila de 6 toalhas com moreninhas de fio dental com o rabinho para o ar é a chamada zona espectáculo. Se for um motocross na praia é a zona dos whopps.
Riachos e poças:
As passagens de água , os riachos, as poças, as cascatas, tudo o que meta água tem a sua beleza. Porque é que nos nossos passeios e nas provas de enduro fica sempre bonito uma passagem de água. Porque é sempre bonito deixar um amigo passar um riachozito pequenino e ficar na esperança que sejam areias movediças ou que o gajo vai cair na água. Nada nos dá tanto prazer que ver o desgraçado estendido no meio de água com a mota a flutuar, cheio de peixes cagotos dentro dos óculos. Por isso meus amigos e porque isto é uma selva em vez de ficares á espera da desgraça alheia, quando fores atravessar uma passagem de água, pára a mota, sai da mota e vai a pé até dentro do rio para que possas ver a profundidade e qual o melhor sitio para passar. Não custa nada e só molhas os pézinhos. E depois aproveitas e quando o teu colega for a passar tu dás-lhe um empurrão.
Pinheiros :
Os pinheiros são um elemento natural com o qual os motociclistas se deparam por vezes de modo inesperado. De facto e falando com conhecimento de causa existe uma técnica muito simples de os evitar; quando por algum motivo existir um pinheiro no vosso caminho ao invés de se preocuparem em desviar-se dele apontem directamente para o mesmo; se por acaso esta técnica não resultar e vos for dada uma segunda oportunidade então o problema será provavelmente da mota.
Eucaliptos :
A técnica é similar á dos pinheiros com a agravante que nos eucaliptos de idade adulta geralmente não se tem segunda oportunidade.
Pedras :
Muitas vezes nos trilhos que todos percorremos nos nossos passeios de mota encontrámos pisos com diferentes variedades de pedras; ora são pedras soltas, pedras presas no chão , calhaus, rochas, bezegol, mármore, pedras escondidas, lajes com musgo, com degraus, redondas, bicudas, a subir a descer etc.; em suma estão lá para nos dificultar a vida e a forma como as devemos encarar varia com a forma das mesmas e com as nossas aptidões e conhecimento do terreno. Sendo assim e cientes que a maioria das motas de enduro dos nossos dias são submetidas aos mais duros testes e que dificilmente qualquer deste tipo de pedras possa ser de facto um obstáculo o que devemos fazer é tentar passá-las com o máximo de velocidade possível; e isto porquê?
Porque segundo as leis da física e da gravidade e essas merdas todas, quanto maior for a velocidade maior será a distância a que seremos catapultados e como geralmente as pedras estão em caminhos ladeados por campos ou solos mais arenosos mais vale aterrar num campo de batatas que nas ditas pedras; atenção que isto não se aplica em estradas ladeadas por grandes declives a não ser que andem de parapente.
Tenham também cuidado com um tipo de pedras que eu não referi mas que são muito perigosas; as lápides. É que se encontrarem estas pedras tenham atenção a dois factores:
O primeiro é que provavelmente estão a andar dentro de um cemitério e o segundo é que as lápides estão geralmente colocadas na vertical.
Animais :
Os animais são nossos amigos. Pelo menos é o que se diz. Eu embora não tenha razão de queixa, já conheci algumas vacas nos meus passeios ( e fora deles também ), a verdade é que também não fiz nenhuma amizade por aí além. Mas pelo sim e pelo não mais vale não entrarmos em confronto directo com este tipo de animais, especialmente os de grande porte. Por isso se avistarem alguma manada destes animais, abrandem e procedam aos rituais normalmente utilizados na via pública; sinalizem com a mão se vão efectuar uma ultrapassagem ao dito animal e façam-na de forma calma e ordeira , ou imobilizem a mota e liguem os 4 piscas aguardando também pacientemente que os animais parem e nos deixem passar ou escolham o seu caminho; nunca se sabe se no meio destes bois não estará um agente da autoridade á paisana.
Existem outros animais menos perigosos e que nos podem ensinar grandes técnicas de condução; por exemplo os coelhos que têm uma grande técnica de derrapagem; ou que podem ser preciosos aliados numa situação mais aflitiva no meio do monte como as ovelhas e os canixes brancos.
Trajectórias e posição de condução :
A posição de condução é essencial na nossa performance e bem estar na mota.
A posição ideal não existe; isto é, a sua forma cientifica; é por isso que para a encontrarmos devemos ter bem assente o seguinte : o nosso posicionamento na moto deve ter em conta estes factores : conforto, bom compromisso entre condução sentada e de pé. Li algures que um piloto profissional de renome mundial, disse que a forma de encontrarmos a melhor posição na moto era sentado na mesma de olhos fechados visualizar os mais diversos obstáculos e situações possíveis de encontrar-mos em treino ou em prova. De facto é uma boa dica desde que respeitem algumas regras; a primeira é terem a mota num cavalete resistente se não caem e a segunda é não visualizarem provas como as maratonas africanas se não demoram muito tempo a afinar o volante. Outra dica que me foi revelada por fontes seguras ,como é óbvio, é experimentarem andar um dia com um volante daqueles tipo crucifixo, que têm mais largura que a mota tem de comprimento; depois disso garanto-vos que qualquer posição é boa.
As trajectórias estão associadas á posição de condução pelo simples facto de que se não estamos bem na moto não podemos ter uma condução decente.
A trajectória é de forma abreviada o caminho que devemos efectuar para perder o menos tempo possível numa curva antecipando a entrada na mesma e possibilitando que a saída seja feita em aceleração. Para isso é preciso ter em conta além do terreno, a travagem o posicionamento do nosso corpo na mota, o tipo de curva e se possível qual a curva seguinte de modo a avaliarmos se a saída deve ser feita em aceleração e em que direcção. É preciso conhecer bem a mota para decidirmos qual a velocidade ideal para cada tipo de curva e definir se o nosso andamento é o de corrida ou ligação.
São portanto muitos factores a ter em conta e se pensarmos em todos eles a conduzir a moto o mais certo é comermos as fitas da especial. Por isso o treino é fundamental assim como o instinto e citando outro grande piloto o fundamental a reter aqui é o seguinte “ geralmente quando acaba uma recta existe uma curva que pode ser para a esquerda ou para a direita e que é quase sempre mais lenta que a recta .“ Peço desculpa por não dizer o nome dos pilotos mas estes pediram-me anonimato.
Saltos :
É o sonho da maior parte dos praticantes, depois dos cavalinhos só com uma mão. Eu por mim posso gabar-me de executar na perfeição o Super-man sem mota, quer dizer eu começo o salto com a mota mas depois acabo sem ela.
Mas adiante; os saltos estão intimamente ligados ao motocross e supercross, e de facto são estas as modalidades que melhor nos preparam para os mesmos. Nos enduros de hoje não há especial que não tenha um salto e em alguns deles mais técnicos vê-se bem a diferença entre os pilotos de enduro e aqueles que praticam motocross. Só que no enduro não temos hipótese de treinar o salto ( em corrida ) e por isso o treino especifico é fundamental para nos dar experiência de como devemos lidar com os saltos. Medir a distância dos saltos é um dos indicadores de como depois na especial o poderemos encarar, ou seja se temos tomates para o dar ou não; e ás vezes no caso dos enduros nem sempre a audácia é boa companheira.
Portanto se tiverem oportunidade o que devem fazer é o seguinte ; escolher um local apropriado para poderem treinar os saltos de forma gradual, ou seja de um pequeno para depois ir aumentando. Devem começar por saltos de 5cm e treinar até conseguirem andar com aqueles saltos de plataforma,
tipo “Drag queens”. Só mais um conselho; não se esqueçam que se por acaso um salto correr mal mais vale largar a mota do que tentar segurá-la para que esta não se estrague – elas nunca se magoam, somos sempre nós. Por isso e pensando bem podem realmente optar se querem trem de aterragem ou hidroplanagem .( este é portanto um conselho nulo ) (como os outros)
Trialeiras e Subidas impossiveis :
Nunca percebi verdadeiramente porque é que as trialeiras dão tanto gozo.
Dámos cabo do físico ,das motas só porque escolhemos o sitio mais estúpido para passar. Então se for um daqueles caminhos em que vemos as cabritas montanhesas a transpirar, melhor. Então que podemos fazer para melhorar a nossa abordagem a uma trialeira. Primeiro devemos ter pensamento positivo; devemos dizer para nós próprios não vamos conseguir mas tá um lindo dia. Depois devemos ser realistas; não vamos conseguir mas pelo menos o dia tá bonito. Se já tivermos alguma experiência devemos mostrar autoconfiança; assim do género de te virares para o teu colega e dizeres; ó pá tou cheio de confiança que não vou conseguir mas tá bom tempo não tá.
Nas trialeiras é essencial este á vontade; temos que olhar para a trialeira e como dizem os pescadores pegar o touro pelos cornos. Temos que visualizar a trialeira como se fosse uma autoestrada e quando virarem de costas ou ficarem atolados é porque cairam no separador. Já agora mais vale levarem via verde que quantas menos vezes pararem melhor.
Outra dica é que nem sempre é bom seres o primeiro a subir uma trialeira;
é lindo tar cá em baixo e ver uma subida cheia de cafeteiras a ferver; é a chamada hora do chá; claro que podes tentar subir em primeiro mas não vais conseguir e como vai estar um dia bonito mais vale descansares cá em baixo.
Uma palavrinha só para as subidas impossíveis – são impossíveis.
Descidas íngremes e possiveis :
As descidas acompanham um bocado a ideologia das trialeiras com a vantagem de que a lei da gravidade é muito mais permissiva e dá-nos sempre um empurrãozinho. A treta de que tudo o que sobe desce é por isso verdade e o contrário não. Portanto o que devem fazer numa descida ingreme, é escolher uma relação de caixa baixa e tentar dosear o travão da frente e de trás para que não bloqueiem. O corpo deve estar puxado para trás para fazer peso na parte posterior da mota de modo a dar espaço para no caso de queda termos espaço para impulsionarmos o nosso corpo para a frente dando um ligeiro mortal encarpado e caindo sobre ambos os pés. Parece difícil mas não é; só nunca fiz por motivos políticos mas podem consultar o site do Jackie Chen, onde ele explica detalhadamente como se faz.
Outra forma bastante eficaz de descer é a chamada técnica de separação de bens. Consiste em apontar a mota engrenada para a descida, largar a embraiagem e a mota ao mesmo tempo e depois calmamente ir ter com ela.
Quando chegares á beira da mota dá-se a comunhão de bens adquiridos.
Se por azar a descida for mesmo muito íngreme e o lançamento da mota for um bocado além do esperado pode dar-se a viuvez indesejada.
Pisos enlameados e areia :
A condução em lama parece assustar muita gente, mas é um terreno onde se vê a destreza de um piloto, e mal se aprendam alguns dos truques que vos vou dar vão ver que não há razões para receios e até vão parecer porcos numa pocilga. Primeiro de tudo não usem um equipamento novo ou lavado porque se vão sujar. Segundo tentem andar á frente dos vossos colegas e acelerem a fundo quando eles tiverem colados á vossa roda traseira. Não tenham medo de cair nas travagens, ao fim e ao cabo chegam mais depressa á curva se forem a rastejar pelo chão fora. Têm é de ser rápidos a levantar-se. O barro e a lama agarram-se á mota tornando-a mais pesada, endureçam as suspensões para ficar mais duras. Se ás vezes ficarem duras de mais amoleçam para ficar mais moles. Tentem conduzir sempre em cima da mota e virados para a roda da frente. Coloquem o corpo bem centrado mais ou menos a meio. Sempre que estiverem a conduzir de pé não se sentem e tentem olhar o mais para a frente possível para não olharem para trás.
Na areia a técnica é exactamente igual tirando algumas diferenças; a primeira é que andar na areia não tem nada a ver com andar na lama. Primeiro o travão traseiro quase não se usa, podem mesmo tirá-lo para perder peso. Ao desacelarar a própria mota trava por si própria. Devem colocar o corpo mais para trás de modo a fazer peso sobre a roda traseira, não se preocupem muito com a roda da frente; se quiserem até a podem tirar para perder peso. Se não morarem perto da praia ou de algum deserto podem treinar naqueles montes de areia que tem á beira das obras. Quando acharem que já dominam razoavelmente a mota em pisos de areia aproveitem o verão para andarem nas praias e fazerem especiais entre guarda-sóis e tachos de merenda; assim do género : guarda sol amarelo contorna pela direita, guarda sol verde pela esquerda, panela de feijão com arroz de frango, panados, cozido á portuguesa e garrafão de 5 litros, zona de abastecimento e fila de 6 toalhas com moreninhas de fio dental com o rabinho para o ar é a chamada zona espectáculo. Se for um motocross na praia é a zona dos whopps.
Riachos e poças:
As passagens de água , os riachos, as poças, as cascatas, tudo o que meta água tem a sua beleza. Porque é que nos nossos passeios e nas provas de enduro fica sempre bonito uma passagem de água. Porque é sempre bonito deixar um amigo passar um riachozito pequenino e ficar na esperança que sejam areias movediças ou que o gajo vai cair na água. Nada nos dá tanto prazer que ver o desgraçado estendido no meio de água com a mota a flutuar, cheio de peixes cagotos dentro dos óculos. Por isso meus amigos e porque isto é uma selva em vez de ficares á espera da desgraça alheia, quando fores atravessar uma passagem de água, pára a mota, sai da mota e vai a pé até dentro do rio para que possas ver a profundidade e qual o melhor sitio para passar. Não custa nada e só molhas os pézinhos. E depois aproveitas e quando o teu colega for a passar tu dás-lhe um empurrão.
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